A gente luta todo dia, toda hora e todo ano, porque a mulher, como todas nós sabemos, não tem um dia de descanso, mas março é especial.
Março é o mês em que a luta das mulheres se destaca. E em 2022, além da celebração dos 30 anos da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e das três décadas da organização das mulheres na categoria, ainda teremos dias importantes para potencializar nossa batalha diária de sobrevivência e na luta pela vida e o trabalho digno das mulheres, nas ruas e nas redes.
O mês celebra as muitas conquistas, mas também serve de alerta sobre os graves problemas de gênero que persiste fortemente na vida e no trabalho da gente.
A desigualdade entre homens e mulheres não é muito diferente quando se trata do ramo metalúrgico. Como mostram os dados do Dieese na CNM/CUT, nós somos apenas 18,2% da categoria e mesmo assim a gente sofre mais com as diferenças de remuneração, de participação nas ocupações, jornada de trabalho e no nível de rotatividade.
Trabalhar em uma metalúrgica nas fábricas é só luta, com ambientes de trabalho insalubres, jornadas exaustivas e baixa remuneração. As trabalhadoras ainda sofrem com o racismo, a invisibilidade, a desconfiança e a hostilidade, inclusive de seus próprios companheiros de trabalho.
A nossa luta é, e sempre vai ser, contra o desmando do capital, que todo tempo determina nosso lugar no mundo do trabalho e nos coloca nos lugares menos favorecidos, com baixos salários e trabalhos precários.
E nossa resistência no movimento sindical é para contribuir de forma positiva com as grandes mudanças no mundo do trabalho e da vida das mulheres trabalhadoras. São 30 anos que as metalúrgicas deste país contribuem por um local de trabalho e um sindicado com mais igualdade e justiça. As mulheres da CNM/CUT se unificam nas lutas e escrevem também a própria história na categoria, porque a história de vida das mulheres são vinculadas ao direito à vida, a liberdade, a igualdade e por um mundo mais justo em qualquer espaço que ela ocupe.
Mulheres na Política
Não tem como não falar um pouco sobre os 90 anos do voto feminino, celebrado no último dia 24 de fevereiro, e não lembrar que este ano teremos eleições. Sim, as eleições das nossas vidas.
Nós mulheres somos mais de 50% da população e somos menos de 15% na política. Nós podemos fazer a diferença nestas eleições de 2022 para mudar o rumo do país. Nós podemos eleger Lula e ainda deputadas e deputados progressistas para ajudar nosso companheiro a colocar este país no eixo do desenvolvimento, igualdade e justiça. Já falamos muito de mulheres na política, mas vamos falar mais, hoje e sempre!
Calendário de lutas das mulheres
Dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, voltaremos às ruas juntas com diversas mulheres brasileira “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome!”. Nós mulheres trabalhadoras também estamos nos preparando para ocupar as redes sociais com as nossas reivindicações.
Nos dias 10,11 e 12 teremos o Encontro dos Coletivos da CNM/CUT, no qual nos reuniremos com a mulherada para falarmos sobre o março de lutas e também debater como o coletivo pode contribuir no calendário de luta das mulheres metalúrgicas.
No dia 14 de março, nós do coletivo de mulheres da CNM/CUT estamos nos organizando para fazer uma ação em homenagem à Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro que foi assassinada há 4 anos de forma cruel. Vamos debater sobre a importância das mulheres na política.
Já na segunda quinzena do mês, no dia 23 vamos comemorar os 30 anos da CNM e da luta das mulheres. O coletivo das trabalhadoras vai discutir como as mulheres podem continuar na luta pelo fortalecimento e a ampliação da participação das mulheres nas direções dos sindicatos e federações para garantir políticas que asseguram um desenvolvimento mais igualitário na estrutura da política sindical.
E no dia 25, as metalúrgicas de todo país vão debater, junto com os homens da entidade, o feminicídio: o assassinato de mulheres simplesmente pelo fato delas serem mulheres.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em meio ao isolamento social, o Brasil contabilizou 1.350 casos de feminicídio em 2020. Para ficar mais claro, uma mulher morre a cada 6 horas só porque é mulher.
